A acessibilidade digital é uma prioridade crescente
O tema da acessibilidade digital é uma prioridade crescente, pois entrou em vigor o Decreto-lei 82/2022 (em outubro de 2022) e aproxima-se a data em que a legislação produz efeitos. Este facto obriga as entidades ao cumprimento da conformidade de acessibilidade dos serviços e produtos digitais a partir de junho de 2025.
O que é a acessibilidade digital?
A acessibilidade digital é uma prática que pretende tornar conteúdos e interfaces utilizáveis pelo maior número de pessoas. Associada em grande medida a pessoas com deficiência, a acessibilidade não se destina apenas a esses utilizadores, mas sim aos clientes em geral. Embora seja, na verdade, a única forma das pessoas com alguma incapacidade poderem aceder/utilizar um serviço, a sua implementação permite que qualquer utilizador possa ter uma experiência de utilização muito mais amigável, independentemente do dispositivo que usar.
Para que esta abrangência seja possível, foram criadas as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG 1.0, atualmente a versão 2.1), que contemplam um conjunto de critérios testáveis, tendo em vista quatro perspetivas: Percetibilidade; Operabilidade, Compreensibilidade e Robustez. Estes quatro princípios traduzem-se, respetivamente, na possibilidade de ler, de interagir, de compreender e de utilizar diferentes formas/meios de acesso.
Que impacto pode ter a falta de acessibilidade de produtos e serviços?
O incumprimento do decreto-lei pode ter, por si só, um impacto financeiro significativo, na medida em que as coimas podem ir além das dezenas de milhar de euros. Mas se as entidades encararem a acessibilidade como um investimento para angariar e fidelizar clientes, então vale a pena destacar que:
- Portugal tem 7,5 milhões de utilizadores de Smartphones;
- Em Portugal, há 1 milhão de pessoas com incapacidades e, na Europa, 87 milhões;
- 25% da população tem mais de 65 anos;
- Portugal é um país turístico e, portanto, é necessário entender esta necessidade como global e multilingue.
Como promover a acessibilidade digital?
Resumidamente é necessário cumprir com as cláusulas da norma EN301549, com as devidas nuances dos requisitos aplicáveis a cada produto em análise. Dependendo da tipologia de equipamento ou do software disponibilizado, o enquadramento nos diferentes capítulos da norma varia. A norma apresenta requisitos genéricos – aplicáveis a todos os produtos -, requisitos aplicáveis a interfaces e conteúdos baseados na Web – incluindo intranet, extranet, APP’s baseadas na Web, ficheiros PDF, entre outros -, requisitos para Software não Web - sem funcionalidades fechadas e com funcionalidades fechadas.
Difícil? Não. Os requisitos da norma são baseados nos critérios testáveis, automática e manualmente, das Diretrizes de Acessibilidade Web (WCAG), sendo que o nível de conformidade a alcançar é o duplo A, ou seja, A + AA.
Como se pode verificar a maturidade da acessibilidade dos serviços?
Quando se trata de serviços Web ou móveis é possível usar validadores automáticos para despistar erros detetáveis programaticamente.
De seguida, é necessário fazer uma peritagem de acessibilidade manual, para se identificarem erros não detetáveis pelas ferramentas automáticas e se confirmar os resultados dos validadores.
Com estas duas avaliações é possível iniciar o processo de correção das não conformidades identificadas. No entanto, é importante garantir a continuidade da acessibilidade neste e em futuros produtos. Para tal é importante que as equipas de desenvolvimento recebam formação, que sejam implementadas boas práticas e que sejam realizados testes de usabilidade.
A NTT DATA pode apoiá-lo neste processo para, em pouco tempo, conseguir candidatar o seu serviço aos Selos de Usabilidade e Acessibilidade.