Sustentabilidade digital ao serviço da resiliência económica | NTT DATA | NTT DATA

qua, 05 março 2025

Integrar a gestão ambiental nas práticas empresariais para alimentar o crescimento económico

Ao utilizar tecnologias avançadas como a IA e a IoT, as empresas podem melhorar os esforços de sustentabilidade e a utilização de recursos, promovendo simultaneamente a resiliência económica.

Resiliência redefinida pela tecnologia para trazer harmonia e prosperidade às pessoas e ao planeta: esta é a promessa da “sustentabilidade digital ao serviço da resiliência económica”, uma estratégia empresarial emergente destacada no relatório Technology Foresight 2025 da NTT DATA. Publicado anualmente, o relatório explora as novas tendências tecnológicas identificadas pela NTT DATA. 

Esta abordagem inclui as dimensões ambiental, social e pessoal; o princípio da propriedade; e a promoção da responsabilidade individual e coletiva. Ao adotarem práticas de sustentabilidade digital, as organizações podem melhorar a resiliência, satisfazer as exigências dos consumidores em termos de operações éticas e manter um equilíbrio entre os esforços económicos e sociais (incluindo os ecológicos).

Avanços tecnológicos a ter em conta

Os mais recentes desenvolvimentos em IA, IoT e blockchain suportam a sustentabilidade digital, tornando a gestão de energia mais eficiente e permitindo a monitorização ambiental em tempo real, assim comouma maior transparência da cadeia de abastecimento. Isto permite ampliar as iniciativas de sustentabilidade das organizações, mantendo-as competitivas e respondendo à crescente procura dos consumidores por práticas ecologicamente conscientes.

De acordo com o relatório, os líderes empresariais e de TI devem ter em atenção o seguinte:

  • A existência de ambientes de dados de confiança permite a troca segura e interoperável de dados entre organizações, que recorrem a encriptação avançada e estruturas de governo para promover a transparência, melhorar a colaboração e otimizar a utilização de recursos, cumprindo simultaneamente os regulamentos alusivos à soberania dos dados. Isto aumenta a eficiência operacional, promove a inovação e contribui para os objetivos de sustentabilidade em todos os setores.
  • As redes inteligentes integram tecnologias digitais, como sensores, dispositivos IoT e algoritmos de IA, para distribuir e gerir a energia eléctrica de forma mais eficiente. Através da recolha de dados em tempo real e da resposta dinâmica à procura, estas redes melhoram a utilização da energia, minimizam as perdas de transmissão, equilibram a carga de forma mais eficaz e facilitam a integração de fontes de energia renováveis.
  • Os centros de dados sustentáveis utilizam tecnologias de arrefecimento avançadas, hardware energeticamente eficiente e energia renovável, virtualização e atribuição dinâmica de recursos para reduzir o seu impacto ambiental e a pegada de carbono. 
  • As tecnologias de deteção remota utilizam sistemas de imagem aérea e por satélite de alta resolução, juntamente com algoritmos avançados de processamento de dados, para monitorizar as condições ambientais e dos recursos. Ao analisar dados multiespectrais e hiperespectrais, estas plataformas disponibilizam informações precisas sobre os padrões climáticos, a saúde da vegetação, os recursos hídricos e a utilização dos solos. Isto leva a previsões e decisões mais informadas - essenciais para a gestão de recursos e para a construção de sustentabilidade e resiliência económica.

5 estratégias para o sucesso

O relatório identifica cinco grandes estratégias para gerir os esforços de sustentabilidade digital das organizações:

  • Otimizar digitalmente a utilização da energia e dos recursos
    Quando a empresa integra os seus objetivos de sustentabilidade com o envolvimento das partes interessadas e adota práticas de consumo responsáveis, pode melhorar a gestão da energia e dos recursos. Dar prioridade à conformidade regulamentar, ao impacto económico e à responsabilidade social estabelece as bases para um futuro sustentável.

  • Reforçar a resiliência humana e territorial
    A resiliência humana e territorial refere-se à capacidade dos indivíduos e das comunidades para se adaptarem, recuperarem e prosperarem face aos desafios ambientais, sociais e económicos. Este conceito centra-se no reforço da força e da capacidade de adaptação das populações e das suas infraestruturas para responder às catástrofes. 

  • Reforçar a resiliência económica
    A resiliência económica refere-se à capacidade das organizações e comunidades para resistir e recuperar de choques económicos, mantendo práticas operacionais sustentáveis. A adoção de práticas resilientes não só atrai consumidores ambientalmente conscientes, como também reforça a resiliência económica global das organizações, melhorando a estabilidade, a confiança, a competitividade e a adaptabilidade.

  • Promover a sustentabilidade a nível social e individual
    É fundamental promover o bem-estar, o envolvimento da comunidade e o acesso equitativo aos recursos quando se está a construir uma sociedade resiliente. Compreender a interligação das ferramentas e plataformas permite tomadas de decisão informadas e a utilização responsável da tecnologia para capacitar os indivíduos e as comunidades.

  • Orientação para uma sustentabilidade sistémica e integrada
    As organizações devem reconhecer a interligação dos sistemas sociais, ambientais e económicos para desenvolver soluções coesas. Muitas vezes designada por “sustentabilidade abrangente”, esta perspetiva realça a necessidade de abordar simultaneamente várias dimensões para obter um impacto duradouro e a resiliência das comunidades e dos ecossistemas.

Navegar pelos riscos e pontos cegos

Como quase todos os outros avanços tecnológicos, a procura da sustentabilidade digital no sentido da resiliência económica é acompanhada de alguma incerteza:

Compromisso de descarbonização

Poderá a descarbonização rápida tornar-se uma prioridade global? É provável que tecnologias inovadoras e mudanças políticas urgentes ajudem o mundo a reduzir as emissões, à medida que as economias se transformam através da energia verde e de práticas circulares, invertendo significativamente a degradação ambiental. Neste cenário, assiste-se também à prosperidade das indústrias verdes, à melhoria da saúde pública devido à redução da poluição e a uma inovação global mais rápida.

No entanto, o progresso lento na descarbonização pode forçar as comunidades a dar prioridade à resposta a catástrofes à medida que o impacto da crise climática se intensifica. Neste cenário, as ferramentas avançadas de previsão, os sistemas energéticos descentralizados e a colaboração local vão melhorar a resiliência. Se a mitigação global se atrasar, as medidas de adaptação vão promover a inovação e reforçar os laços comunitários, oferecendo uma via para a sustentabilidade a longo prazo.

Colaboração global

Se os governos, as indústrias e a sociedade civil se alinharem a nível mundial para enfrentar a crise climática, os acordos vinculativos, os recursos partilhados e as tecnologias de colaboração podem conduzir a uma ação climática coordenada. Os resultados positivos incluem uma distribuição equitativa dos recursos, uma inovação tecnológica generalizada e uma resiliência global contra os riscos climáticos.

No entanto, se as relações internacionais se deteriorarem, os países poderão seguir agendas individuais. O progresso poderá varia entre as nações, mas poderão surgir soluções localizadas à medida que alguns países se tornam centros de inovação. Estas nações podem ser pioneiras em políticas e tecnologias eficazes, oferecendo modelos valiosos para outras, apesar da falta de alinhamento global. É provável que a concorrência entre as nações também provoque avanços nas energias renováveis e nas estratégias de adaptação ao clima.

Qual é o próximo passo?

A sustentabilidade não se limita a reduzir os danos ambientais. Requer uma abordagem holística que integre as dimensões ambiental, económica e social. Todas as organizações devem abordar estes desafios interligados para criar um impacto duradouro. As medidas tomadas numa área da sustentabilidade afectam frequentemente outras, criando interdependências que têm de ser geridas eficazmente. As ferramentas de mapeamento e análise de sistemas ajudam a otimizar estes domínios interligados. 

As tecnologias avançadas representam um grande potencial para a realização dos objetivos de sustentabilidade, mas devem ser equilibradas com considerações éticas que garantam a inclusão social e abordem as questões de privacidade. A equidade, a acessibilidade e a privacidade devem estar no centro das inovações digitais. 

Conclusões finais

Para enfrentar os desafios envolvidos na adoção de iniciativas de sustentabilidade digital, a utilização de personas ou avatares alimentados por GenAI para analisar cenários para o futuro das organizações provou ser uma abordagem poderosa. 

Estas personas - que são criadas com tecnologias como a GenAI multimodal, o processamento de linguagem natural e a IA de emoções - vão facilitar formas mais imersivas e interativas de simular ambientes empresariais, ajudando as empresas a reduzir os riscos através de um planeamento baseado em cenários.

Embora persistam algumas incertezas, a exploração destes cenários vai reduzir o risco de ângulos mortos no futuro.

O que fazer a seguir?

Leia o relatório NTT DATA Technology Foresight 2025 para descobrir mais estratégias para navegar na próxima onda de mudanças tecnológicas.