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qua, 04 janeiro 2023

Tendências e motores de inovação em Corporate Banking

O caminho para a modernização deste setor

As duas tendências principais a destacar em 2022

A NTT DATA realizou um webinar para conhecer as grandes prioridades da área de corporate banking em 2022: aqui fica a nossa análise, com destaque para os grandes motores de inovação da atividade.

Entre as muitas áreas que se encontram em rápida mudança no corporate banking moderno, verificamos que existem duas tendências principais a destacar em 2022. Estas tendências foram exploradas numa mesa-redonda e num webinar que realizámos em conjunto com a Alte-Novarica, que contou com a participação de especialistas na área da banca de Espanha e Alemanha.

Ter o serviço certo

Tendência número um? Mais um impulso no sentido do banking as a service (BaaS) e o requisito para a conectividade da área da banca que resulta deste impulso. Nenhum deles será uma surpresa, e ambos têm estado na ordem do dia da banca há já vários anos. Mas, desde 2022, ganharam especial importância e estão na vanguarda do processo de modernização da banca.

O grande destaque foi garantir que o utilizador se encaixa em tudo isto: tem de estar no centro destes esforços. Não se trata de fazer as mudanças que beneficiam o banco per se, mas sim as que beneficiam o cliente. O BaaS e a modernização têm benefícios claros tanto para o banco como para o cliente, como é claro, mas os serviços oferecidos têm de ser ágeis e adequar-se às exigências do cliente.

Outro aspeto referido muito útil: a forte recomendação para trabalhar a partir de dados limpos e de qualidade. Isto não é, atualmente, uma prioridade para muitos bancos, e talvez devesse ser. Se não houver uma base de dados depurada antes do trabalho de modernização ser realizado, surgirão problemas numa fase posterior.

Otimizado

Para os bancos, os serviços oferecidos têm de cumprir os requisitos regulamentares, bem como trabalhar em estreita ligação com as empresas. O processo de onboarding tem de ser o mais simples possível, nomeadamente para empresas que enfrentam dificuldades com as suas próprias burocracias. De igual forma, à medida que a modernização oferece um número cada vez maior de pontos de contacto e um conjunto tecnológico cada vez mais abrangente, os benefícios de manter uma fonte "verosímil" permanecem. Coisas simples como ser capaz de aprovar pagamentos a partir de um sistema, com base em processos que não são muito complexos (a complexidade extra e desnecessária continua a ser um perigo real no que toca à modernização).

As empresas podem trabalhar e trabalham, claro, com vários bancos e sistemas, e os sistemas complexos de terceiros não estão a ajudar a otimizar o trabalho. A necessidade de reduzir a complexidade das empresas surge de forma muito clara.

Abordagem completa

As empresas não hesitam em demonstrar as suas exigências — terão hesitado em algum momento? — e têm os próprios roadmaps e objetivos definidos. O setor bancário moderno tem de dar apoio e não deve dificultar.

Cada banco é igualmente diferente e alguns estão a avançar no sentido de uma nova arquitetura e formas de operar. Não existe uma solução adequada para todos neste mundo. Ainda assim, como muitos se aperceberam, a modernização não é simples: não se trata apenas de tecnologia, trata-se de tudo o que sustenta os serviços: o trabalho de back office tem de dar apoio, por exemplo. A modernização tem de ser holística. Caso contrário, não estará a dar resposta às questões certas. 

Conetividade

Sustentar a modernização representa melhor conectividade. A representante de um dos bancos espanhóis explicou os desafios que enfrenta: trata-se de um dos principais bancos globais e, como tal, precisa de oferecer serviços rápidos aos seus clientes, independentemente do local onde se encontrem.

Como os clientes estão em diferentes partes do mundo, pedem diferentes tipos de conectividade, que a plataforma do banco tem de suportar:  suporte a sistema ERP, conexões AVS ou outros. O representante de uma empresa de retalho alemã explicou que tem, neste momento, diferentes tipos de conectividade com os bancos, o que lhe garante redundância em caso de problemas.

Os processos do banco moderno têm não só de suportar isto, mas também responder às expetativas de serem sustentáveis, globais e capazes de facilitar a vida dos clientes, em constante evolução e mudança. O banco e os seus sistemas não conseguem reter os seus clientes.

Para os bancos, a preocupação não pode ser a forma como um cliente decide envolver-se com a entidade e ligar-se a ela: tem de servir o pedido efetuado, seja de que forma for. Há muito trabalho a fazer nesta área. O representante de um banco global alemão assinalou que alguns dos seus clientes mais avançados estão a evitar API, por exemplo, e a apontar para a ausência da camada intermédia entre os sistemas de uma empresa e o respetivo banco. A comunicação é tão direta e simples quanto possível, embora isso não implique falta de esforço, nem de confiança. A vantagem é que o banco passa a ser uma extensão dos sistemas das empresas e interliga-se com eles.

Sustentabilidade

A segunda grande tendência explorada diz respeito ao financiamento da cadeia de abastecimento e aos compromissos relacionados com ESG. Os clientes estão a pedir mais sensibilidade ambiental e serviços sustentáveis. Os bancos têm, uma vez mais, de dar resposta a esta necessidade. Não é fácil, mas os resultados podem surgir e ser significativos. Durante a conversa, foi referido um caso de estudo relativo a uma empresa do setor alimentar que pretendia reduzir as emissões de carbono da sua cadeia de fornecimento, o que envolvia muito tempo e muitas dimensões. Para resolver o desafio, foi necessário celebrar vários contratos, recorrendo a assinaturas digitais, e resultou numa aproximação entre a empresa cliente e o banco global espanhol envolvido na operação.  Como resultado, a empresa tornou-se no primeiro retalhista a atingir o objetivo de redução de emissões de carbono. Assim se constata que existe potencial para oferecer soluções personalizadas semelhantes a outros clientes, que estão também focados em temas de ESG.

Cadeia de abastecimento

Houve ainda tempo para falar sobre o financiamento da cadeia de abastecimento (supply chain finance — SCF) e sobre a questão das aquisições, sempre no sentido de tornar os processos mais fáceis para os fornecedores, através da modernização tecnológica. Não é fácil e as variações a nível regional são, muitas vezes, difíceis. Existem muitas empresas ansiosas por integrar, cada vez mais, o SCF, mas trata-se de um mundo complexo, no qual os sistemas de um território podem ser extremamente diferentes. Uma plataforma, por si só, não é suficiente: as exigências do cliente têm de ser ouvidas de forma atenta e as suas necessidades respondidas ao mesmo ritmo de qualquer outra.

Cliente, cliente, cliente

É o cliente que junta todas estas mudanças e tendências. A mensagem principal é escutar os clientes, responder aos clientes, ir ao encontro das expetativas dos clientes e priorizar a modernização tendo sempre em conta os clientes. A eficiência, a agilidade e o serviço têm sido, claro, as prioridades para o setor da banca há muito tempo. O que estamos a verificar é que a modernização está a tornar-se mais importante do que nunca e a melhorar os níveis de serviço de forma ímpar.


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