A everis, juntamente com o Grupo NTT DATA, acaba de divulgar a quarta edição do Global Insurtech Outlook, o qual fornece uma análise aprofundada das principais tendências, desafios e oportunidades para o ecossistema de startups no mercado de seguros e um retrato da inovação tecnológica no setor.
Pela primeira vez, o Global Insurtech Report englobou um modelo preditivo de análise que permitiu identificar, observar e avaliar as variáveis que foram determinantes para o sucesso de startups no mercado de seguros a nível global. Tal foi possível graças ao desenvolvimento de um algoritmo e à solução de análise de dados que, conjuntamente, permitiram a análise comparativa de mais de 53.000 startups em todo o mundo e a identificação de atributos comuns em cerca de 5.000 startups bem-sucedidas.
Para ampliar a abrangência do estudo foram ainda realizadas entrevistas a um conjunto de decisores de empresas de seguros em mais de 12 países, entre os quais Portugal, Bélgica, Brasil, Colômbia, Alemanha, Itália, Japão, México, Holanda, Espanha, Suíça e Estados Unidos. Estas entrevistas disponibilizam informação transversal a todas as áreas do setor segurador, permitindo a comparação entre tendências e investimentos e revelando importantes insights sobre a forma como as empresas de seguros estão a adaptar-se tecnologicamente para responder aos atuais desafios do setor nesta nova era digital.
Principais conclusões do estudo:
Investimento concentrado em 6% das Insurtechs
De acordo com o relatório, verificou-se desde 2010 um crescimento no investimento em Insurtech de forma transversal a todos os mercados, em particular nos mercados que demonstraram capacidade de crescimento sustentado ao longo da última década. O investimento em estágio avançado – Late Stage series - aumentou exponencialmente (35%), estando concentrado em 6% das empresas que possuem modelos robustos e consolidados, que conseguiram monopolizar 67% do investimento total acumulado. Tal facto, vem reforçar a importância de identificar as startups bem-sucedidas por forma a ampliar a participação em investimentos iniciais e promover o crescimento do setor.
O relatório revela, ainda, um crescimento no valor investido em Insurtech em 2019 de 6,3 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 58% face ao valor investido entre 2017 e 2019. O valor global foi distribuído entre 25 empresas, de um total de 238, que receberam 72% do financiamento disponível. EUA e China lideram o ranking em investimento em insurtech e a Europa surge classificada em segundo lugar, logo a seguir aos EUA, quando se trata do número de startups.
Investimento por linha de negócio
Entre 2018 e 2019, os setores de Seguros, Serviços Financeiros e Saúde quase duplicaram a sua participação de mercado no que respeita a startups investidas por seguradoras, o que representa um aumento de 56% face aos 31% registados entre 2010 e 2019. A tendência demonstra, assim, que o número de investidores interessados em participar do ecossistema de startups com modelos mais robustos e consolidados está a crescer.
Em 2019 registou-se também um salto qualitativo no financiamento de Insurtech em empresas europeias e asiáticas, num total de 3,6 mil milhões registados ao longo da última década, o que denota um amadurecimento dos mercados nestas geografias. Contudo, a grande fatia de investimento continua a estar alocada aos Estados Unidos, onde a maioria das grandes empresas bem-sucedidas está sediada.
Tecnologias com mais investimento: Cloud, Mobile & Applications, IA e IoT
No que respeita às tecnologias, verifica-se que a maior parte do investimento (74%) foi direcionado para as startups que desenvolvem soluções Cloud e aplicações móveis, (16%) soluções de IA (16%) e (6%) IoT, já que são as soluções que permitem a criação de serviços personalizados para consumidores cada vez mais digitais e com maior potencial de atratividade para investidores cada vez mais competitivos.
O futuro: os ecossistemas líquidos
O crescimento de plataformas e marketplaces registado na última década, revela de que forma o setor está a transformar-se, levando ao aparecimento de novos modelos de negócio, onde coexistem diferentes atores que se conectam e interagem para oferecer serviços cada vez mais completos, personalizados e relevantes para o consumidor e experiências integradas e fluídas no que se designa por ecossistema líquido.
O relatório revela ainda que as Insurtechs têm contribuído para a redefinição do ecossistema de mobilidade inteligente, onde as grandes operadoras de telecomunicações detêm um papel central no investimento em larga escala. Nos últimos dois anos, 78% dos investimentos em startups deste setor concentraram-se em quatro grandes empresas, tendo uma delas recebido um financiamento global de 127 mil milhões de dólares.
Os Mercados Emergentes
O relatório sugere ainda que os mercados emergentes lideram a disrupção no setor dos seguros, e exemplo disso mesmo é o crescimento no investimento por parte da Ásia, que representa 20% do total de fundos investidos, com especial atenção em novos modelos de negócio nos setores da saúde e da mobilidade por parte de gigantes tecnológicos. Outro dos aspetos destacados é a inclusão de África, especialmente no que diz respeito a novos modelos de negócio, como microseguros e seguros on-demand, território onde as principais seguradoras já têm as suas posições assumidas. Contudo, é a América do Norte que detém a maior fatia do total de fundos investidos (62%) entre 2010 e 2019, e que representa o maior número de startups (48%), com muitos investidores ativos interessados em financiar empresas disruptivas e escaláveis.
Fatores de Sucesso
O desenvolvimento de um algoritmo baseado em machine learning permitiu a identificação de métricas de previsibilidade de sucesso junto de mais de 53.000 startups, tendo sido possível apurar cinco variáveis chave comuns a cerca de 5.000 startups bem-sucedidas no que respeita a investimento. São estas: o investidor – quem é, qual o seu perfil de gestão e histórico de rodadas anteriores –; classificação das startups no ranking da crunchbase, a maior plataforma internacional de dados de startups; a categorização do investidor na crunchbase; a dimensão da ronda inicial e o montante investido.
Podemos assim concluir que o acesso a informação transparente e credível sobre o ecossistema de startups e sua atividade é determinante para a identificação de fatores de sucesso e definição de estratégias de atuação concretas, bem como para orientar e apoiar decisões de investimento. O Global Insurtech Outlook Report fornece-nos um retrato de um setor em crescimento e em transformação digital.
Descarregue o relatório aqui.