O futuro das telecomunicações na América Latina: eficiência operacional e receitas sustentáveis | NTT DATA

sex, 16 maio 2025

O futuro das telecomunicações na América Latina: eficiência operacional e receitas sustentáveis

O setor de telecomunicações na América Latina está diante de um ponto de inflexão. A constante tensão entre eficiência operacional e a necessidade de gerar receitas sustentáveis parece ter encontrado um ponto de equilíbrio: a inteligência artificial (IA), a modernização das redes e a abertura das arquiteturas digitais permitem tanto transformar o modelo de negócios quanto gerar valor real para os clientes.

Nesse cenário, o futuro do setor se apoia em três grandes pilares: acelerar investimentos inteligentes, expandir a oferta para novos modelos de negócios B2B e B2B2C, e abrir as arquiteturas tecnológicas para tornar cada camada da operação mais eficiente.

De acordo com o recente relatório "A ponte para o próximo ecossistema Telecom: desafios e prioridades", elaborado pela NTT DATA em parceria com a MIT Technology Review, a inteligência artificial, longe de ser apenas uma ferramenta de automação, consolida-se como o principal recurso estratégico para um setor historicamente pressionado por margens reduzidas e alta complexidade operacional.

Embora 54% das empresas do setor estejam utilizando essa tecnologia para reduzir custos, seu potencial vai muito além disso. Os casos de uso mais relevantes atualmente concentram-se em três domínios principais: Operações (automação de processos, redes autônomas); Experiência do cliente (agentes conversacionais, suporte técnico inteligente); Eficiência comercial (assistentes virtuais para vendas B2B).

Um dos desafios no caminho é demonstrar o retorno sobre o investimento (ROI) desses projetos. Isso se deve, muitas vezes, ao caráter experimental de muitas iniciativas, que combinam processos tradicionais com tecnologias emergentes, dificultando a previsão de impactos imediatos.

Outros caminhos para o futuro

Do ponto de vista da evolução do negócio, a grande aposta ainda pendente é o mercado B2B e B2B2C. Apesar das altas expectativas depositadas nesse segmento, o crescimento tem ficado aquém do projetado. Isso se deve, em parte, à ausência de produtos maduros e a uma oferta pouco diferenciada.

A oportunidade está na criação de soluções específicas para setores como bancos, energia, saúde, educação e manufatura, com propostas tecnológicas que integrem IA, cibersegurança, conectividade e serviços em nuvem. Também há espaço para desenvolver capacidades voltadas ao mercado intermediário e às pequenas e médias empresas (PMEs), com serviços digitais de valor agregado.

Além disso, o avanço do 5G, o desenvolvimento de redes autônomas e a adoção do OpenRAN indicam que as empresas do setor estão adotando uma visão estratégica de longo prazo. Embora apenas metade esteja nas fases iniciais de autonomia de rede, a aspiração é alcançar um modelo ágil, programável e monetizável nos próximos cinco anos. O surgimento de novas formas de conectividade, como a comunicação via satélite — relevante em países como Argentina, Brasil e Chile — permitirá ampliar a cobertura e oferecer serviços em áreas remotas, agregando novas camadas de valor ao ecossistema.

Em uma região com grandes players, geografias desafiadoras e forte pressão por rentabilidade, os vencedores serão aqueles que priorizarem investimentos capazes de impactar diretamente os resultados — seja por meio do aumento de receitas, da geração de eficiência ou da promoção da inovação.


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