De acordo com o relatório de ‘Tendências e Ciberameaças’ da equipa de Cyber Threat Intelligence da NTT DATA, que analisou o impacto das ameaças registadas a nível mundial durante o segundo semestre de 2024, as empresas vão aumentar, em 2025, os seus orçamentos de cibersegurança na ordem dos 40%, em resposta à crescente sofisticação dos ataques e à expansão do ransomware. Enquanto em 2022 havia cerca de 60 grupos ativos, especializados neste tipo de ataques, em 2024, o número já se aproxima de uma centena.
Este aumento da atividade maliciosa teve efeito direto na despesa das organizações com cibersegurança, tendo-se já verificado um aumento de 35% em 2024. Além disso, é esperado que o orçamento destinado ao reforço da segurança digital cresça 20-30% nos próximos meses.
As recentes ações das autoridades policiais internacionais contra grandes grupos levaram muitos cibercriminosos a descentralizar as suas operações, atuando em grupos mais pequenos e mais difíceis de rastrear. Em paralelo, dezembro de 2024 tornou-se o mês com o maior número de vítimas registado até à data, o que confirma uma escalada sem precedentes da atividade criminosa no ambiente digital.
"A cibersegurança já não é apenas uma questão tecnológica, mas uma responsabilidade de gestão. A evolução das ameaças exige uma abordagem estruturada, onde a prevenção, a deteção e a resposta rápida são parte integrante da estratégia das organizações”, afirma Mauro Almeida, Head of Cibersecurity da NTT DATA Portugal. Acrescenta ainda que ‘no atual contexto digital, proteger dados, infraestruturas e a confiança dos clientes não é um diferencial – é uma condição essencial para a sustentabilidade e competitividade no mercado."
Administrações públicas e governos são os setores mais afetados pelos ciberataques
O impacto dos ciberataques tem sido particularmente grave em determinados setores. Durante o segundo semestre de 2024, as administrações públicas e os governos foram os mais afetados, com 1876 ataques registados contra organismos estatais e entidades do sector público. No sector da educação, as universidades e as instituições de ensino registaram um aumento significativo de ataques, com 1440 incidentes registados, motivados pelo interesse em propriedade intelectual e em dados pessoais. O sector financeiro também foi afetado, com 658 ataques, o que o torna um dos principais alvos devido ao elevado valor das informações bancárias e transnacionais.
À medida que o ransomware consolida a sua posição como a ameaça número um das organizações, a necessidade de estratégias robustas de prevenção e resposta torna-se mais urgente do que nunca. A cibersegurança já não é apenas um fator de risco, mas um pilar estratégico para a continuidade do negócio num ambiente digital cada vez mais hostil.